Ah, então assim é a sensação de alívio quando algo finalmente termina?
Bem interessante, é uma paz esverdeada com um cheiro meio cítrico.
Sinestésicas a parte hoje foi um dia marcante.
É um sentimento um tanto quanto melancólico, me parece.
É a sensação que se tem quando você encaixota livros e discos
para guardar no fundo do armário.
Você olha para alguns, da um sorriso, coloca na caixa.
Olha para outros, chora e coloca na caixa.
Olha para algum especial e pensa "Ah! Esse fica!".
Assim por diante, até lacrar a caixa, fechar o armário e ir embora
com o sentimento de dever cumprido.
Terminou hoje mais um capítulo da minha autobiografia não autorizada,
que um dia escreverei as escondidas de mim mesmo e publicarei sem o meu consentimento.
Para o próximo capítulo uma personagem outrora central vai se manter,
mas de outra forma, talvez e inevitavelmente, um pouco mais distante.
Ainda assim, sempre relevante.
Nesse capítulo que termina está a minha era das transformações,
de menino para homem, de guri que curte desenhar para Merchandiser,
de um cara que achava que sabia das coisas para um cara
que tem certeza de que não sabe é nada.
De um cara de cabelos pretos e cheio de dúvidas para um...
ehhh...os cabelos pretos e as dúvidas continuam!!!
De todos os post péla que eu já escrevi em minha vida,
creio que esse seja o mais.
Adendo a isso ainda rolaram algumas lágrimas e um pensamento
a cada um que esteve por perto durante esse ano em minha vida
e que certamente surgiu como lembrança durante a composição desse texto.
Estou misteriosamente feliz.
Se não fosse tudo, reparem que eu disse tudo,
dando errado no trabalho, hoje teria sido um dia ótimo.
Um ano que chega ao fim com cara de que ainda está apenas no meio dele.
o tempo que passa cada vez mais rápido,
bem diferente daqueles outros tempos em que a maior vontade era crescer
e ser dono do meu próprio nariz....( como é dificil isso).
Um jubileu se aproxima em Janeiro, estarei no alge da minha vidinha mundana.
O que será que os bons ventos trarão para mim nessa outra face da vida?
Essa semana passei assistindo um box com os filmes de Charles Chaplin, e dele sai esse pensamento!
"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.
Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente.
Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.
Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo.
Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar.
Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder
aproveitar sua aposentadoria.
Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.
Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança,
não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo,
volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando.
E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?"
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